Lenda do Coto da Moura
Há muitos, muitos anos, no lugar onde hoje existe uma fonte que enche um regato e rega muitos campos, havia uma Moura encantada que todos os dias, ao nascer do sol, saía para estender o seu tesouro no cimo de um penedo, a que chamaram Coto da Moura. Servia este penedo de soalheiro ao tesouro da Moura. Depois de estender o seu tesouro, a moura sentava-se no cimo do penedo e, enquanto cantava, ia penteando os seus belíssimos cabelos louros com um maravilhoso pente de ouro. Refulgia ao longe tal conjunto. Pensava-se que a Moura assim fazia para atrair, com o deslumbramento das joias, alguém que a pudesse desencantar.
Os que por ali passavam contavam tal visão, mas a maior parte do povo, ou se mostrava incrédulo, ou temia aproximar-se. Então, um certo dia, um dos homens mais corajosos da aldeia foi ver se o que contavam era verdade.
Quando chegou junto da fonte, viu uma Moura com o cabelo e um pente de ouro. Estava ela sentada sobre o penedo a pentear-se. Aproximou-se lentamente, para a surpreender, de forma a que ela não pudesse escapar. Então ela, pressentindo a presença do homem, disse-lhe:
-Meu caro senhor, tenho um pente e uma «peina». Qual deles queres?
O homem não esperava tal oferta! Até porque diziam que a Moura guardava com grande cuidado o seu tesouro. Restabelecido da surpresa, mas julgando pouco provável serem de ouro os cabelos da Moura, apesar de brilharem como esse metal, respondeu depois de breves momentos:
- Quero o pente!
-Ai homem, que me acabaste de dobrar a «fada»!
A Moura, depois de o fixar com um triste olhar, atirou o pente para o regato. E enquanto o homem o foi apanhar, motivado pela ganância, a Moura desapareceu.
Os que por ali passavam contavam tal visão, mas a maior parte do povo, ou se mostrava incrédulo, ou temia aproximar-se. Então, um certo dia, um dos homens mais corajosos da aldeia foi ver se o que contavam era verdade.
Quando chegou junto da fonte, viu uma Moura com o cabelo e um pente de ouro. Estava ela sentada sobre o penedo a pentear-se. Aproximou-se lentamente, para a surpreender, de forma a que ela não pudesse escapar. Então ela, pressentindo a presença do homem, disse-lhe:
-Meu caro senhor, tenho um pente e uma «peina». Qual deles queres?
O homem não esperava tal oferta! Até porque diziam que a Moura guardava com grande cuidado o seu tesouro. Restabelecido da surpresa, mas julgando pouco provável serem de ouro os cabelos da Moura, apesar de brilharem como esse metal, respondeu depois de breves momentos:
- Quero o pente!
-Ai homem, que me acabaste de dobrar a «fada»!
A Moura, depois de o fixar com um triste olhar, atirou o pente para o regato. E enquanto o homem o foi apanhar, motivado pela ganância, a Moura desapareceu.
Em vão o homem procurou o pente. E ainda hoje se julga que o som das águas a cair no regato se parece com o choro de uma donzela. Por isso se diz que o fado da Moura ainda continua, já que o encanto só seria quebrado se o homem tivesse pedido a «peina» da Moura, que era a sua bela cabeleira.