Lenda do Carvoeiro
No em que os carvoeiros vinham à Vila de Monção vender o seu produto, aproveitavam para carregar nas suas mulas e burros outros produtos de préstimo para as pessoas. Acontece que, entre os moradores da vila, estes homens eram frequentemente brindados com brincadeiras e partidas de mau gosto, porque julgavam-nos ingénuos ou ignorantes.
Um dia, vinha para a vila o carvoeiro Zé Preto com o seu burro carregado de carvão. O burro progredia com dificuldade, não só porque a carga era pesada, mas também porque as moscas não o largavam. Ao passar à Valinha, um homem que morava ali junto ao caminho, querendo brincar com Zé Preto, pediu se lhe podia arranjar um quilo de moscas!
- Arranjo, sim senhor!
Respondeu sem demoras o Zé. Parou o burro e começou a apanhar as moscas que pousavam no pobre do animal, aproveitando até as que estavam nos burros dos amigos que por ali passavam, juntando o tal quilo de moscas que lhe encomendavam. Encomenda pedida, encomenda arranjada, encomenda entregue:
- Aqui tem o que pediu, amigo!
Mas o homem, sentando-se numa pedra que estava mesmo junto ao caminho, começou a apartar as moscas, depois de uma olhadela atenta, seguida de uma breve pausa:
- Esta não é mosca, é mosco! Este é mosco…, este é mosco…,etc…,etc…
Não deixava o homem nada da parte que era suposto ser das moscas, para depois dizer que não pagava a encomenda que pedira. Zé Preto bem controlou os nervos para não desancar uma grande surra no esperto do homem. Mas não ficava pela demora.
Aproximou-se o natal e havia que fazer os doces da ceia festiva. O tal fulano da Valinha encomendou ao Zé Preto um quartilho de mel para a mulher fazer rabanadas. Tinha chegado a ocasião da vingança! Encomenda é encomenda. Lá trouxe o quartilho de mel, mas não sem antes ter metido no frasco um pouco de merda de cão no fundo do frasco. Quando foi à vila, passou pela casa do tal homem para entregar a encomenda. Este quando a recebeu, sentiu um cheiro que não era propriamente aquele a que estava habituado quando engolia umas colheres de mel para os resfriados.
- Mas que raio me trouxeste tu? Isto é mel ou é aquilo que estou a pensar?
O espertalhão nem coragem tinha para mencionar o que via no fundo do frasco, tal era o nojo que sentia.
- Então vossemecê “estremava” os “moscos” das moscas e não “estema” o mel?
Lembrado da partida que fizera ao carvoeiro no passado, o homem da Valinha nem ousou ripostar. Ficou com o preparado, prometendo a si mesmo nunca mais repetir a brincadeira com o Zé Preto.
Um dia, vinha para a vila o carvoeiro Zé Preto com o seu burro carregado de carvão. O burro progredia com dificuldade, não só porque a carga era pesada, mas também porque as moscas não o largavam. Ao passar à Valinha, um homem que morava ali junto ao caminho, querendo brincar com Zé Preto, pediu se lhe podia arranjar um quilo de moscas!
- Arranjo, sim senhor!
Respondeu sem demoras o Zé. Parou o burro e começou a apanhar as moscas que pousavam no pobre do animal, aproveitando até as que estavam nos burros dos amigos que por ali passavam, juntando o tal quilo de moscas que lhe encomendavam. Encomenda pedida, encomenda arranjada, encomenda entregue:
- Aqui tem o que pediu, amigo!
Mas o homem, sentando-se numa pedra que estava mesmo junto ao caminho, começou a apartar as moscas, depois de uma olhadela atenta, seguida de uma breve pausa:
- Esta não é mosca, é mosco! Este é mosco…, este é mosco…,etc…,etc…
Não deixava o homem nada da parte que era suposto ser das moscas, para depois dizer que não pagava a encomenda que pedira. Zé Preto bem controlou os nervos para não desancar uma grande surra no esperto do homem. Mas não ficava pela demora.
Aproximou-se o natal e havia que fazer os doces da ceia festiva. O tal fulano da Valinha encomendou ao Zé Preto um quartilho de mel para a mulher fazer rabanadas. Tinha chegado a ocasião da vingança! Encomenda é encomenda. Lá trouxe o quartilho de mel, mas não sem antes ter metido no frasco um pouco de merda de cão no fundo do frasco. Quando foi à vila, passou pela casa do tal homem para entregar a encomenda. Este quando a recebeu, sentiu um cheiro que não era propriamente aquele a que estava habituado quando engolia umas colheres de mel para os resfriados.
- Mas que raio me trouxeste tu? Isto é mel ou é aquilo que estou a pensar?
O espertalhão nem coragem tinha para mencionar o que via no fundo do frasco, tal era o nojo que sentia.
- Então vossemecê “estremava” os “moscos” das moscas e não “estema” o mel?
Lembrado da partida que fizera ao carvoeiro no passado, o homem da Valinha nem ousou ripostar. Ficou com o preparado, prometendo a si mesmo nunca mais repetir a brincadeira com o Zé Preto.
No tempo em que de noite não havia luz em lado nenhum, os lobos vinham com frequência.