Lenda do Convento de S. Paio


Às gentes do Vale do Minho, próximas de Vila Nova de Cerveira, sempre estranhou o isolamento do Convento de S. Paio! Elas bem sabiam que os homens de Deus procuravam os lugares ermos e afastados para melhor se recolherem na oração e na meditação da palavra divina. Sabiam, inclusive, que o inóspito lugar também punha à prova os monges, sacrificando-os na carne, para se aproximarem de Deus e, assim, mostrarem o desapego do mundo.

Mas se isto era do conhecimento de todos, também em todos havia um fascínio por aquele lugar, bendito para o olhar e para as águas! Os monges lá saberiam porque é que o teriam escolhido. E certamente não seria só pelo silêncio! E porque é que todos assim pensavam?

O segredo passava de boca em boca, até que todos o confirmaram: nos dias mais claros e cheios de sol, todo o lugar do Convento, lá ao longe, luzia num brilho bem conhecido, que denunciava riqueza. Ainda houve quem dissesse que era uma moura encantada que aproveitava o sol para estender as riquezas do seu tesouro, ou penteava os belos cabelos doirados! Mas naquele local, casa de monges, o brilho só podia vir de outra coisa: eram os monges a estender ao sol as moedas de ouro que tinham escondidas!

Com o passar dos anos, o brilho manteve-se em dias solarengos, e podia-se ver de longe o resplendor. Ainda hoje há quem afirme que, nos dias mais claros, o brilho do ouro continua a refulgir lá para os lados do Convento de S. Paio!

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